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Apenas tudo


Ter confiança em alguém é um dos mais acalentadores sentimentos da vida. Se eu fosse traduzir em alguma coisa, sei lá, seria como aquelas fotos em calendários de bolso bem antigos, que traziam gatinhos-filhotes brincando com novelos de lã. Era uma paz inocente daqueles bichinhos. Ou no chá quente de canela e cravo para evitar que a gripe chegue na gente. Vai aquecendo a alma aos poucos. Ou quem sabe um cobertor bem macio de veludo em noite gelada de inverno, parecendo que o paraíso é aqui e agora. Ou um abraço apertado de pai e mãe quando a gente é criança, querendo dizer que o mundo pode se acabar lá fora. Ainda pode ser aquela árvore de Natal no canto da sala, esforçando-se em fazer crer que a solidariedade vai se espalhar pelo planeta até o Dia de Reis. Confiança gera tranquilidade, calma, serenidade, segurança, proteção. Ter confiança em alguém é a certeza do gesto honesto, de um talvez sincero, de um não sei verdadeiro ou de um não assertivo, de um quem sabe duvidoso ou de um jamais coerente e corajoso. Não é querer injustamente a perfeição do Outro, mas a certeza das imperfeições claras e transparentes. O grande segredo da felicidade talvez seja construir relações de confiança. Aqui meu talvez é sincero. De crença nas pessoas. De que confiança é apenas tudo! O resto é resto.

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