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Sonho bobinho


Eu queria lavar a terra e expurgar os germes predadores. Com água sanitária e sabão bem espumante. Essa limpeza arrastaria as pessoas maléficas também. Aquelas que dizem uma aparente verdade para esconder inúmeras mentiras. Da boca saem venenos quase sem antídotos. Como se o dizer abonasse os sofismas, as falsas teorias, os engodos. Mas aí eu penso: o que seria da evolução da vida humana sem os infectantes, os destruidores, os daninhos? Esses espelhos sem aço servem para projetar mil possibilidades de sermos diferentes. A repulsa leva a um lugar oposto. Acho que a física ensina isso. Gera crescimento emocional, ético, espiritual, profissional. Ainda assim eu lavaria a terra. Sim, lavaria. Quem sabe da espuma de sabão nasçam bolinhas transparentes? Leves, soltas e voadoras. Seriam como balões que carregariam dentro toda a gente de bem para longe dos predadores. Aí era transcendência. Ah, mas sempre há a necessidade de evolução... Melhor entrar na fantasia lúdica. E fingir que pode existir um lugar no planeta sem maldade. E que as bolinhas de sabão transportariam gente boa para lá. É feito sonhar um sonho bobinho.

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